Foto: Amanda Machado![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtDSXFq_hfF5ZEm8t_1pe6zshOf2yP8n9qPAQRuSRLpcd4nxbA1h9_2ua5HYv2F1SaOAEcC7JTsetyVE7r_YsIh4Y1DDrpkoWqMW6tlVzPXIUXBJhOX7jGAecaUaVD9Uzjtl7YZhKRJivU/s1600/DSC_0098.JPG)
A primeira coisa que se nota ao chegar no Vivo Rio é o
público - constituído em sua maioria por senhores grisalhos e ansiosamente joviais. Claro, havia jovens que descobriram a
banda através de games e seriados cultuados, ou que foram maravilhosamente
educados por seus pais desde a tenra idade. Mas a geração dos anos 70
e 80 dominava o local. A atmosfera era vibrante. Contida, mas vibrante. A sensação era de que a maioria estava ali prestes a reencontrar um grande amigo de adolescência. Afinal, o Kansas está comemorando 40 anos, o que já é grande motivo
de celebração, e alguns de seus integrantes originais estão de volta ao grupo. Havia também uma certa apreensão para ver Ronnie Platt assumindo os vocais.
De forma vigorosa, o grupo surge no palco ao som de "People Of The South Wind". Platt já dava mostras de que não teria assumido o
vocal por acaso. Aliás, o vocalista estava elétrico - andava de um lado para o outro; interagia o tempo inteiro; e parecia ser o mais feliz em estar ali. Em contrapartida, Williams,
com o seu tapa-olho remetendo ao pirata da banda, foi o mais distante da
plateia. O guitarrista parecia concentrado apenas na execução das músicas, sem mal trocar olhares com os fãs. Em "Play The Game Tonight", hit dos anos oitenta, o
indefectível teclado característico é tocado tão magistralmente
por David Manion, que você esquece que a música tem mais de 30 anos. Já "Dust In The Wind" leva o público ao delírio - com destaque ao dueto entre Manion e David Ragsdale, no violino. Aliás, a banda tem na dinâmica
a sua principal marca. E o que dizer dos arranjos
vocais? Mesmo que a banda tenha reduzido ao máximo os instrumentais, o resultado continuou sendo genial. Em "Belexes", por exemplo, o duelo entre o violino de Ragsdale
e a guitarra de Richard Williams causou arrepios generalizados - que chegou ao máximo na derradeira "Sparks Of The Tempest", encerrando a primeira parte do show.
Como já era sabido, o bis reservaria a cereja do bolo. "Fight Fire With
Fire" fez com que todos abandonassem seus lugares (para que cadeiras?), e "Carry On Wayward Son" mostrou o que é um show
de rock legítimo - com todos de pé, punhos cerrados pra cima, e cantando a plenos pulmões.
“Eu não poderia morrer sem ver o
Kansas” - dispara um colega ao lado. Mas quem disse que o Kansas é para ser visto apenas uma vez na vida?
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